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IN.SO.LEN.TE

Um botão de pânico??

Um botão de pânico?
É essa a resposta do Governo a um assassínio que ocorre no seio de instuição do Estado?

Um botão de pânico?
É a solução para calar as vozes que se levantam contra uma violência atroz?

Um botão de pânico?
É essa a ideia que promete deixar descansados os futuros cidadãos que fiquem retidos nas instalações do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras?

Um botão de pânico!?
É essa a proposta que revela que Governo está a tentar resolver alguma coisa, após 9 meses de inércia?

Um botão de pânico...
É isso que vai marcar a diferença entre Portugal e os regimes autoritários que desrespeitam o Estado de Direito? A integridade física? A liberdade? O escrutínio? 

Um botão de pânico!
É a solução que irá tornar aceitável que os nossos governantes se escondam atrás de comunicados vazios?

Um botão de pânico...

...é instalado para permitir denunciar comportamentos por parte do SEF que não deviam sequer existir. 

ihor.jpg

Foto:DR

 

Não seria mais lógico apurar responsabilidades, dar a cara, e garantir que nunca mais esta situação irá acontecer? Esta medida, além de inútil - pois,  em caso de irregularidades cometidas pelo SEF o botão de pânico alerta... o próprio SEF! - deixa transparecer que o Governo admite a possibilidade de as "irregularidades" voltarem a acontecer, preferindo viver com essa possibildade do que agir de forma assertiva e reformular e substituir todos os que estiveram envolvidos naquela atroz violação de direitos humanos. 

Nem o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, nem o primeiro-ministro, António Costa, nem o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, nem a directora nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Cristina Gatões, contactaram alguma vez a família de Ihor Homenyuk, cidadão ucraniano que morreu no dia 12 de Março no centro do aeroporto em Lisboa, diz a família. 

Público, 8 de dezembro de 2020

Estamos a varrer para debaixo do tapete uma situação lamentável, fingindo que foi um caso isolado. O que aconteceu nas instalações do SEF não pode ser encarado com ligeireza. Ihor Homeniuk era um cidadão ucraniano, uma pessoa que foi violentada de forma absolutamente desumana e injustificada. Não nos esqueçamos de que o SEF tentou inicialmente comunicar o sucedido como "uma morte por epilepsia". Se o Instituto de Medicina Legal não tivesse relevado à Polícia Judiciária as lesões concerteza hediondas que Ihor tinha no corpo, esta morte teria passado despercebida. Não podemos, enquanto cidadãos, aceitar esta apatia governamental.

 “Fizemos uma chamada para o inspector, que nos disse que ele tinha tido um ataque epiléptico e que morreu antes de o INEM chegar. Não havia indícios de que alguma coisa estivesse errada.” 

Volodumyr Kamarchuk, Cônsul da Embaixada Ucraniana

Já todos sabemos que os inspetores responsáveis por este filme de terror estão em prisão de domiciliária, mas ainda nada foi dito acerca do resto das pessoas que foi conivente o encobrimento da situação. 9 meses e um puxão de orelhas de Bruxelas depois continuamos a assobiar para o lado, sem tomar medidas que efetivamente alterem e reformulem as práticas do SEF.

Até quando isto vai ser admissível?

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Sobre mim

Sofia Craveiro. Jornalista por obra do acaso. Leitora e cronista nas horas vagas.

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