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IN.SO.LEN.TE

Nota sobre o plágio

Tenho visto todo o tipo de opiniões sobre o recente caso de plágio no Público. Tal como muitos colegas de profissão, hesitei em manifestar-me. Não é prazeroso tecer sentenças sobre um jornalista cujo trabalho admiro (e bem sabemos o quanto hoje em dia as opiniões podem virar-se contra nós).
 
A questão é que, se ser jornalista é já tão ingrato, não podemos facilitar no que toca a valores éticos e deontológicos, sob pena de o nosso ser trabalho ser cada vez mais descredibilizado.
 
O que a Joana Fillol Guimarães Lopes fez é de louvar e isso tem de ser dito. Já li por aí que esta culpabilização é abusiva para o mérito do jornalista em questão - mérito esse que não vou questionar - e que não passa de uma condenação vã no altar do Facebook. Não concordo.
 
Também já li discursos moralistas de absoluta reprovação que, não estando vazios de razão, acabam por revelar desconhecimento das exigências atuais deste meio. Apesar disso, no final do dia, por mais difícil que seja cumprir um prazo ou ter matéria suficientemente relevante para uma crónica - e sei bem que pode ser um calvário - não podemos cair no facilitismo de roubar ideias e pensamentos, porque é a nossa credibilidade que está em jogo.
 

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Já oiço tantas vezes a boca populista e ignorante que diz que os "jornalistas são todos mentirosos e/ou interesseiros", que, se um jornal com esta relevância fechasse os olhos a isto, toda uma classe seria posta em causa.
 
É verdade que a situação não é inédita, mas isso também não pode ser justificação. Até porque os jornalistas em lugares de destaque e garantia de reconhecimento do seu trabalho têm uma responsabilidade acrescida. A situação é, de facto, bastante lamentável em todos os seus contornos, mas o final não poderia ser outro.

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Sobre mim

Sofia Craveiro. Jornalista por obra do acaso. Leitora e cronista nas horas vagas.

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